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sábado, 1 de setembro de 2012

Epístola Pastoral: uma análise

Por: Jere Pakulski Panizzon


            A segunda carta de Paulo a Timóteo tem como tema a perseverança na fé e foi escrita por volta de 67 d.C., sendo a última carta que Paulo escreveu. Esta epístola dava instruções quanto à ordem eclesiástica, doutrina e comportamento. O foco do presente texto é uma análise geral do conteúdo escrito no capítulo 2 da carta acima citada incluindo comentários.
            No capítulo 2 de Timóteo encontramos a instrução do obreiro como detalhe principal da carta. Paulo pede que Timóteo persevere na fé, que a verdade sempre vence o mal e os homens fiéis ensinarão os demais. Paulo é extremamente pessoal no que escreve, e ao lermos o texto percebemos o carinho com que ele trata seu filho na fé. O autor da carta visa fortalecer Timóteo, dando dicas de como o jovem pastor deveria se relacionar com o mundo e com a comunidade por ele administrada. Portanto, no capítulo 2 trata de grandes exemplos no ministério, como a comparação com o soldado e o lavrador. E no trecho final do capítulo é feito um apelo ao bom manejo da Palavra de Deus.
            No versículo 1, Paulo manda Timóteo se fortificar na graça de Jesus Cristo, pois ela suporta as nossas aflições. Já no versículo 2 é dito que ele deve confiar nos homens fiéis da mesma forma como devemos confiar nele como um bom soldado. No versículo 8, Paulo lembra que mesmo Jesus sendo descendente do rei Davi foi morto, mas ressuscitou ao terceiro dia. Esta menção liga Cristo a aliança davídica que está em 2 Samuel 7.11-16, na qual Jesus governará no trono por toda a eternidade. Portanto, nos versículos que vão de 9 até 11, Paulo admoesta Timóteo a ser firme, pois ele estava entre os escolhidos de Deus para subir ao céu e viver ao lado de Cristo na glória eterna.
            Um dos versículos mais imponentes desta epístola é sem dúvida o número 15, pois trata de aprovação, ou seja, das qualidades desejáveis e bem aceitas por todos de um obreiro valoroso, sem jamais esquecer o bom uso das santas letras. É preciso fazer um manejo reto e concreto da Bíblia seguindo uma linha coerente desde o começo, almejando um objetivo, ou seja, um final digno na presença do Senhor. Quem não usa exatidão na palavra de Deus corre o risco de ser levado a juízo conforme está escrito em Tiago 3.1 “Meus irmãos, muitos de vós não sejam mestres, sabendo que receberemos mais duro juízo”. Nestes mestres podemos incluir os pastores, missionários, pregadores ou quem quer que ensine a Palavra de Deus. Eles serão julgados com maior rigor e veemência.
No versículo 16 é comentado sobre o que mais devemos evitar, os falatórios profanos. Já no versículo 17 são apresentados dois exemplos negativos: Himeneu e Zileto, que falaram heresias, se desviando da verdade, resultando na perdição de alguns. As falsas doutrinas corroem a sociedade e são de total responsabilidade dos que proferem tais heresias, por isso devemos nos manter fixos nas santas letras, sem jamais nos esvaziarmos do Espírito Santo de Deus, pois o Senhor conhece os seus (versículo 19). Em Isaías 40.8 diz “seca-se a erva, e caem as folhas, mas a palavra do Senhor subsiste eternamente”. Logo isto prova que a sua palavra é santa e dura infinitamente, visto que é eterna. No fim do versículo, Paulo ordena o afastamento da iniquidade, pois para obtermos o céu é preciso ter uma vida inteira de santidade. Portanto, buscar a santificação é uma característica fundamental para o verdadeiro cristão.
No versículo 20, temos uma classificação interessante que é a separação em vasos de ouro e prata e os de pau e barro. Sendo o primeiro grupo as pessoas que honram a Jesus e um segundo grupo os que desonram. Neste caso, não há nenhuma relação com o obreiro que deve ser como um vaso de barro (Jeremias 18.1-6), pois aqui significa o processo de modelagem na qual realiza em cada um de nós para nos capacitar para a sua obra. Na exemplificação a diferença está na qualidade do produto, visto que, o ouro e a prata têm valor superior ao pau e ao barro. O contado com a doutrina errada deve ser apenas para a correção pelo amor e para que os enganados retornem a sã doutrina.
A fuga dos desejos da mocidade também serve de exemplo para os nossos dias de hoje. Sabe-se que Timóteo era um jovem tímido que enfrentava dificuldades em seu ministério, mas deveria vencer as adversidades, defender o evangelho e pregar a palavra Deus a fim de cumprir a sua missão. Sabemos que a carne é fraca, logo devemos fugir dos desejos imundos. Não há pecado em sentir algo errado, o pecado está na admissão deste erro, no desejo ilícito e na perversão dos valores de Deus.
Portanto, é fundamental que haja a boa instrução para que vençamos ao ardil satanás que é perdedor em tudo. O diabo aprisiona os cristãos, desviando-os de Deus, mas isto só pode ser superado pelo estudo sistemático da palavra e a busca pelo Espírito Santo de Deus. Somos obreiros do Senhor, e a nossa única obrigação é ensinar a verdade sem enfeites. O ideal é ensinar à pura e genuína palavra de Deus, pois ela por si só é linda e glamorosa.

Referências
BÍBLIA, Bíblia de estudo pentecostal com harpa cristã. São Paulo: CPAD, 1995.2030p.
BÍBLIA, Bíblia de estudo Dake. São Paulo: CPAD, 2010.2144p.
RADMACHER, E. D; ALLEN, R.B; HOUSE, H. W. O novo comentário bíblico: novo testamento. Rio de Janeiro: Central Gospel. 2010. 844p.

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